Como garantir a qualidade física da ração?
Uma empresa que produz rações destinadas à alimentação animal deve garantir a qualidade delas, não é mesmo? Mas, como isso é possível, na prática?
Através de um monitoramento constante, que deve ser realizado durante todo o processo produtivo, é possível identificar futuros problemas que possam comprometer a qualidade final do produto, pois, qualquer alteração pode acabar prejudicando a qualidade da ração dos animais e, causar desvios no desempenho destes.
Para que essa qualidade seja alcançada, a produção de rações para consumo animal, segue rigorosamente as regras e normas de um mercado altamente competitivo, exigindo qualidade, mas sem impactar significativamente em aumento dos custos.
A escolha dos ingredientes utilizados na alimentação animal, tem dois pilares fundamentais: a qualidade e o menor preço. Dentro destes pilares, aparecem algumas características que garantem a qualidade do produto, as rações balanceadas e, somado entre si, resultam ainda no maior desempenho zootécnico dos animais.
Para que a qualidade dos ingredientes seja garantida, são necessárias algumas exigências: escolha dos melhores fornecedores, onde contenham estruturas produtivas bem estabelecidas, BPF’s, armazenamento correto, para que sejam evitados armazenamentos com altas temperaturas, alta umidade, ingredientes em contato direto com o solo, mistura inadequada, embalagens sem sistema de FIFO, falta de limpeza e arejamento e manejo inadequado do ingrediente.
O processo de produção da ração começa, efetivamente, pela formulação, determinando as quantidades de nutrientes e ingredientes necessários para cada espécie. Durante o processo, os ingredientes passam por diferentes situações como: moagem, mistura, cozimento e compactação, esse processo influenciará na qualidade do produto. Sendo assim, a qualidade física da ração está condicionada diretamente aos processos realizados durante a fabricação.
Qualidade de mistura
O processo de elaboração de uma ração de qualidade começa com a eleição das matérias primas que irão compor a formulação e impactar diretamente a qualidade de mistura do produto. Basicamente os dois fatores que podem impactar este parâmetro são: a granulometria das matérias primas e o processo de mistura, este avaliado através do coeficiente de variação (CV%). No processo de mistura alguns fatores básicos são determinantes: tipo de misturador, capacidade do equipamento, que não deve ser utilizado em excesso ou abaixo do nível ótimo, tempo de mistura, sequência de adição dos ingredientes. O processo de mistura precisa ser avaliado, acompanhado, testado a cada modificação, com uma frequência aplicável e definida garantindo que o formulado seja o ofertado para os animais e que não tenhamos impactos negativos nos parâmetros zootécnicos.
Além disso, a avaliação de alguns aspectos como: granulometria, dureza, flutuabilidade (para ração de peixes) podem ser verificadas facilmente pelos operadores, por meio de práticas simples, com a medição de DGM, PDI e dureza. Quando realizadas de forma correta e regular, essas avaliações fornecem importantes avanços na qualidade da ração e dos ingredientes empregados, diminuindo a quantidade de desafios durante o processo de fabricação.
A forma física da ração também pode variar de acordo com a espécie animal e a categoria à qual se destina. Para os frangos de corte, por exemplo, temos três opções: farelada, peletizada e peletizada-triturada. Já, para suínos e ruminantes, a indicação é farelada ou peletizada. Enquanto, que para os peixes, são indicadas as fareladas ou extrusadas e, para pets, as extrusadas.
Quando se fala de ração peletizada, é fundamental saber que alguns pontos são cruciais na formatação física dos pellets e podem ser determinados e avaliados durante o processo produtivo.
Durabilidade dos pellets
Uma das principais formas de medir a qualidade física da ração é pelo PDI, que pode variar de acordo com alguns fatores como a formulação, a granulometria, o condicionamento, o resfriamento e a taxa de compactação das matrizes, a composição bromatológica da ração, também pode interferir na qualidade do pellet, levando em conta a escolha de ingredientes com mais ou menos amido disponível, quantidade de gordura, umidade, utilização ou não de ingredientes alternativos e farinhas de origem animal. Essas escolhas, podem resultar em pontos de quebra para o pellet, o que dificulta a sua sustentação até o comedouro.
Tabela 1. Percentual de PDI esperado por espécie:
Esses padrões precisam ser respeitados para que o desempenho dos animais ocorra conforme o desejado.
Os pellets produzidos nas fábricas passarão por um longo caminho até chegar no consumidor final, por isso, eles precisam ser resistentes a todos os desafios que enfrentarão desde a produção até chegar ao comedouro do animal.
Granulometria
A granulometria ou o tamanho das partículas, possui grande influência no processo de peletização. Quando se trabalha com uma moagem mais fina, permite-se uma maior penetração de calor e umidade. Com uma moagem mais grossa, aumenta-se o risco de produção de pellets quebradiços. Por isso, as rações são formuladas e elaboradas de acordo as exigências de cada espécie e/ou fase de desenvolvimento.
Tabela 2. Padrão DGM indicado para cada espécie animal
Coloração
Além dos pontos citados acima, a coloração do produto é um aspecto que deve ser observado durante o processo de produção. Alterações nos padrões de coloração podem ser indicativo de alguma alteração contaminação ou processo de mistura inadequado.
A cor dos pellets de uma ração é definida pela combinação dos ingredientes de cada etapa de sua formulação, ou até mesmo pela adição de corantes, por isso é de suma importância o controle de todas as etapas do processo, iniciando pela chegada das matérias primas e posterior controle do processo produtivo, evitando assim qualquer problema com a ração final.
Atividade de água
A presença de água em um determinado alimento está relacionada às propriedades físico-químicas. Além disso, também é uma característica intrínseca do alimento, variando de zero a um e caracterizando uma medida qualitativa. Altos níveis de água favorecem o aparecimento de fungos e, consequentemente, micotoxinas, que afetam a saúde dos animais.
A atividade de água é um indicador importante para o processo de peletização, pois ele está relacionado a quantidade de água livre no alimento, o padrão de trabalho é de no máximo 0,650.
Umidade
A umidade, ou teor de água, é um dos índices mais importantes e mais avaliados em alimentos por ser o ponto de partida para a determinação de sua composição, refletindo o teor de sólidos, na estabilidade de prateleira e na textura ou maciez.
Uma ração farelada que é composta por ingredientes com diferentes concentrações de umidade, ao passar pelo processo de peletização, precisará da adição de vapor, via processo de condicionamento, assim modificando as propriedades físico-químicas da ração. Essa modificação tem um efeito lubrificador e aglutinador, o que aumenta a taxa de passagem da ração, reduzindo o atrito e facilitando a passagem da ração pela matriz da peletizadora, o que leva a melhoria de digestibilidade da ração e a redução de custos de processamento.
Para facilitar o processo de peletização, alguns aditivos devem ser utilizados durante à produção, agregando umidade e melhorando a gelatinização do amido. O uso de aditivo tecnológico umectante confere umidade para a massa de ração, fazendo com que ela chegue ao condicionador, com umidade em torno de 14% e 15%. A BTA Aditivos oferece ao mercado a linha Hydro-Feed, composta por soluções que conferem ao processo umidade, capacidade aglutinante e conservante.
O Hydro-Feed é uma eficiente ferramenta pois permite melhorar os parâmetros de processo de fábrica e, ainda, obter ganhos no campo, com a maior qualidade física da ração fornecida. Com a melhoria nos parâmetros de processo, é possível encontrar um equilíbrio e manter linearidade, tornando-o mais eficiente.
Como atua o Hydro-Feed:
Uma fábrica de rações precisa dispor de um eficiente sistema de gestão de qualidade, sendo indispensável um controle constante dos ingredientes que compõem a ração. O monitoramento de toda a matéria-prima que entra na fábrica é essencial, a fim de assegurar um produto de confiança, que atenda às exigências do mercado e, principalmente, dos animais. Nesse contexto, o processo de peletização visa garantir que cada pellet represente verdadeiramente a fórmula da ração, que deverá satisfazer as necessidades dos animais e ter boa estabilidade e durabilidade. Dessa forma, garantir a qualidade física da ração é crucial para maximizar a eficiência da produção animal, melhorar a saúde destes e otimizar a conversão alimentar.
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