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Desafios sanitários na fase de creche em suínos

Dentro da cadeia suinícola, entende-se como creche a fase da produção que abriga os animais logo após o desmame até o início da fase de crescimento. Esta fase caracteriza- se por ser uma das fases mais complexas no que diz respeito ao manejo da produção, pois é caracterizada como uma etapa de transição abrupta para os leitões: separam-se das fêmeas suínas, passam de uma alimentação líquida para uma alimentação sólida, a composição da dieta também é alterada, mudam repentinamente de ambiente e são expostos a outros desafios como disputa por alimento, hierarquia em um novo grupo social, além dos diferentes desafios sanitários.

O desmame corresponde a uma fase desafiadora para os leitões em função de alterações nos processos digestivos, metabólicos e imunológicos, ocorridas especialmente devido a sua imaturidade fisiológica. Nesta fase, os leitões apresentam uma baixa capacidade de liberação enzimática e secreção ácida no estômago. A importância de manter um ambiente acidificado é fundamental para que a digestão ocorra da maneira mais eficiente possível, e evitando assim o acometimento de infecções.

A acidificação estomacal promove uma espécie de barreira imunológica que protege os animais de bactérias provenientes da dieta (ex: Escherichia coli) e auxilia na digestão dos alimentos, por meio da ativação do pepsinogênio em pepsina. Quando tais atividades não acontecem de maneira adequada, ocorre a passagem de bactérias e compostos não digeridos pela barreira intestinal, levando a diarreias e enterites nos leitões.

Colibacilose

Um dos principais problemas enfrentados durante esse período são as diarreias que causam diversos prejuízos à suinocultura e, que em sua maioria, possuem origem multifatorial, ou seja, além dos agentes causadores, existem diversos outros fatores predisponentes como imunidade passiva e ativa, temperatura ambiente e amplitude térmica, umidade, quantidade de gases, qualidade da ração, mistura de origens e manejos realizados.

A diarreia pós-desmame, também conhecida como colibacilose pós-desmame, é causada pela infecção por Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC). Possui alta prevalência e ocorre frequentemente entre as 2-3 semanas seguintes ao desmame. Ela acontece pela ingestão de bactérias de origem materna e ambiental, associada à ausência de defesas naturais, como microbiota intestinal balanceada e barreira gástrica, presença de receptores para fímbria nos recém-nascidos e a alta susceptibilidade dos animais às enterotoxinas produzidas por E. coli. Caracteriza-se pela sua alta mortalidade, redução no ganho de peso e aumento nos custos de produção com tratamentos, vacinas e suplementos alimentares. Ela se apresenta com uma diarreia aquosa e amarelada, que leva à perda da função intestinal, à desidratação e, consequentemente, a morte do animal.

Doença do Edema

Outra enfermidade causada por cepas patogênicas de E. coli é conhecida como Doença do Edema. Estas cepas são adaptadas ao hospedeiro e são produtoras de verotoxina 2e (VT2e), também descrita como Shiga2e (Stx2e). Elas colonizam o trato gastrointestinal, especialmente o íleo, por meio da ação da fímbria F18 (específica para suínos). Diversas cepas de E. coli causadoras da Doença do Edema também produzem enterotoxinas termoestáveis e termolábeis.

A doença comumente acomete leitões em crescimento rápido entre 4 e 15 dias pós-desmame, e caracteriza-se como uma toxi-infecção, causando como sinais clínicos inchaço de pálpebras, disfunções neurológicas como ataxia, movimentos de pedalagem, incoordenação motora, decúbito lateral, convulsões, fraqueza muscular e até mesmo a morte dos animais. Os lotes afetados por essa doença também costumam apresentar diarreia.

A busca contínua por diferentes estratégias nutricionais que atuem na promoção da saúde dos leitões e consequentemente melhore o desempenho dos animais, deve estar sempre em pauta, especialmente no contexto da redução do uso indiscriminado de antimicrobianos. Sabe-se que, além dos problemas sanitários causados pela E. coli, como os citados anteriormente, bactérias dos gêneros Salmonella spp. e Clostridium spp., estão relacionados à alta morbidade na fase de creche, impactando negativamente o desempenho dos animais.

A utilização de acidificantes e óleos essenciais na suinocultura vem ganhando espaço neste contexto. Dentre os acidificantes mais utilizados estão os ácidos orgânicos, por apresentar baixo potencial de corrosão e toxicidade quando comparados com os ácidos inorgânicos. Em relação a sua composição química, os ácidos orgânicos possuem estrutura geral composta por R-COOH, o que gera grupos de compostos como os aminoácidos, ácidos graxos, coenzimas e metabólitos intermediários. Entre as opções de ácidos orgânicos utilizados na suinocultura destaca-se o ácido propiônico e os óleos essenciais a base de cravo e orégano.

O ácido propiônico atua principalmente na conservação de ração e milho para rações animais. Devido às suas propriedades antimicrobianas, este ácido vem sendo estudado e incorpordado na alimentação de suínos, como uma possível alternativa ao uso dos antibióticos promotores de crescimento. Os óleos essenciais, caracterizam-se por ser uma mistura de compostos lipofílicos e terpenóides de origem em extratos vegetais. Eles possuem duas classes principais de compostos, como os terpenos (representados pelo carvacrol e timol), encontrados no óleo de orégano, por exemplo, e os fenilpropenos como cinamaldeido e o eugenol, encontrado no óleo de cravo. Comumente os óleos essenciais utilizados para animais são, o carvacrol, timol, eugenol e citral.

Os óleos essenciais, também conhecidos como aditivos fitogênicos, apresentam diferentes mecanismos de ação, o que leva a eles desempenharem diversas funções no organismo animal: melhoram o consumo de ração e o sabor da mesma, estimulam a secreção de enzimas digestivas e podem proporcionar o aumento da motilidade gástrica e intestinal, além de apresentarem função antimicrobiana e atividades anti-helmínticas e propriedades coccidiostáticas, modularem o sistema imune e respostas antinflamatórias, e possuírem função antioxidante.

Estes aditivos atuam na impermeabilização da membrana celular bacteriana, causando a ruptura das mesmas e consequentemente a morte da célula. Outro mecanismo envolvido está relaionado à estrutura lipofílica dos óleos essenciais, em que seus compostos ativos carvacrol e timol podem adentrar com facilidade nas membranas e expandi-las, de tal forma que as membranas bacterianas tornam-se mais fluidas, e consequentemente deixam a bactéria mais suscpetível a rupturas.

O H2ACID OIL®, uma combinação sinérgica de ácidos orgânicos e óleos essenciais, pode ser empregado na produção de leitões em fase de creche, atuando na redução do pH estomacal e consequentemente auxiliando na produção de peptidases e digestão de proteínas. Além disso, os ácidos orgânicos utilizados na composição do H2ACID OIL® agem diretamente sobre bactérias patogênicas como Salmonella typhimurium, Escherichia coli, Clostridium botulinum e Clostridium perfringens, reduzindo o pH no interior da célula bacteriana. A morte das bactérias patogênicas se dá por meio de esgotamento energético, uma vez que há um enorme gasto energético na tentativa de normalizar o pH celular. Dessa forma, a utilização do produto auxilia tanto na digestão de nutrientes, quanto diminui a incidência de diarreias pós desmame.

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